Os trabalhos aqui apresentados, compõem a série Segregação Socioespacial. Nas composições, o artista destaca a distribuição do espaço geográfico como um infográfico das desigualdades sociais, derivadas da ocupação das grandes cidades e da constituição dos territórios urbanos.
Para as pinturas, o artista explora e contrapõem imagens de satélite disponíveis através do Google Maps, de dois bairros da cidade de Vitória - ES, sendo um bairro de classe alta e outro popular, respectivamente. Utilizando a ferramenta de medição do próprio aplicativo, Renato calculou a medida da casa localizada na Ilha do Frade e sobrepôs sua área na Ilha das Caieiras, onde o limite estabelecido abrangeu uma numerosa quantidade de habitações.
Em Ilha da Utopia, Renato apresenta uma escultura abstrata que faz alusão à maquete de uma casa imaginária, um imóvel abandonado ou uma construção não concluída. Poética comum em sua trajetória e outros processos, o artista reivindica atenção aos espaços públicos e privados da cidade e o cumprimento de suas funções sociais como habitação e moradia, o acesso democrático e as relações de pertencimento à comunidades. Nessa obra, estabelece relações diretas com a arquitetura e outros referenciais que compõem o seu repertório: os materiais utilizados - concreto, vergalhão e madeira - e a forma abstrata.