A seguinte obra foi a última produzida durante a residência artística "ticuNTU" e recebeu o título da exposição. Ela foi elaborada utilizando tinta spray e fita crepe, apresentando formas geométricas simples em poucas cores, que contrastam com um fundo branco. No topo, ao centro da pintura, algumas figuras geométricas se sobressaem com sua organização, remetendo a um rosto ou máscara africana.

A obra encapsula o conceito da residência artística e da exposição "ticuNTU". Neste contexto, "ticu" tem uma conotação filosófica, indicando a passagem e transição de um ponto para outro, enquanto "NTU" representa a essência primordial de tudo o que existe, conforme a raiz filosófica africana denominada Bantu. Com seu formato de máscara, a obra busca aproximar as pessoas das manifestações ritualísticas e espirituais contidas no Ticumbi.

Nesta pintura, dividida em duas partes que compõem um díptico, apresenta-se uma composição geométrica ordenada e rigorosa que forma a palavra "Ticumbi", o tema central da pesquisa desenvolvida durante a residência artística. A obra busca destacar a força contida nas palavras e seus significados, propondo, a partir de sua divisão em duas partes, novas interpretações e significados.

Renato Ren, em sua pesquisa sobre o Ticumbi, cria a obra "Baile" a partir de referências fotográficas da apresentação do "Ticumbi" ou "Baile de Congo", como também é conhecido. As cores e formas desta pintura fazem alusão à cor das roupas dos participantes do baile, impecavelmente brancas, com fitas coloridas sobre suas vestes, coroas ornamentadas com flores e outros materiais. A pintura simboliza uma síntese abstrata de um fragmento do Baile de Congo.

Na obra "Divindade", Renato Ren cria uma composição geométrica equilibrada, utilizando poucas cores e formas que constituem uma figura remetendo a um ser divino imaginário. Essa inspiração deriva de imagens de santos católicos e Orixás. O impulso para criar esta obra surgiu da identificação do sincretismo religioso presente no Ticumbi.

A obra é pintada com diversas cores sobre fundo branco, apresentando formas geométricas retas e alongadas verticalmente que ocupam toda a superfície da tela. Dispostas em sequência harmônica, as "fitas coloridas" formam, em conjunto, a palavra "SAO", remetendo à palavra "São", derivada de "santo". Esta associação está relacionada aos conceitos do Ticumbi, uma manifestação cultural afro-brasileira capixaba realizada em devoção a São Benedito. As formas e cores da obra fazem alusão às fitas coloridas usadas nas roupas dos brincantes do Ticumbi.

Pintada com tinta spray, fita crepe e tinta PVA sobre lona de banner, esta obra é uma composição geométrica em forma de máscara, que tende para a abstração e faz alusão ao rei africano de Bamba. Esta figura representa o rei pagão na manifestação cultural afro-brasileira do Ticumbi, onde durante o ritual de apresentação, o reino de Bamba duela contra o reino de Congo (católico). Ao final da disputa, há um vencedor que terá a honra de realizar uma festa em homenagem a São Benedito.

Pintada com tinta spray, fita crepe e tinta PVA sobre lona de banner, esta obra é uma composição geométrica em forma de máscara, que tende para a abstração e faz alusão ao rei africano do Congo. Esta figura representa o rei católico na manifestação cultural afro-brasileira do Ticumbi, onde durante o ritual de apresentação, o reino de Congo duela contra o reino de Bamba (pagão). Ao final da disputa, há um vencedor que terá a honra de realizar uma festa em homenagem a São Benedito.

Durante a residência artística, Renato Ren desenvolveu uma obra que resultou de diálogos com o curador Thiago Balbino e seu tio Jonas Balbino (Rei de Congo do Ticumbi), ambos residentes na cidade e ligados ao Ticumbi. Essas conversas proporcionaram a Renato uma compreensão mais profunda da cultura local, suas riquezas, e dos desafios enfrentados por comunidades quilombolas e indígenas, bem como dos problemas ambientais decorrentes da monocultura do eucalipto na região.

Explorando pontos turísticos, históricos e comunidades quilombolas, Renato encontrou inspiração para sua obra, uma denúncia visual dos problemas e violências testemunhados durante sua estadia. Em suas caminhadas exploratórias, especialmente pelas praias, o artista coletou diversos objetos que, com cola, prego e linha de pesca, foram transformados em um objeto/instalação.

Folhas de eucalipto, colhidas durante essas andanças, foram unidas com linha de pesca, formando um círculo ao redor do objeto central. Essa escolha simboliza o sufocamento causado pelas plantações de eucalipto que agressivamente cercam as comunidades quilombolas e indígenas locais. O objeto central, concebido por Renato Ren, representa os problemas identificados, incorporando subjetivamente as adversidades enfrentadas pela população local.